Tuesday, July 10, 2007





Fui ao teatro, ver uma pequena peça chamada "O Espantalho teso".


"Galandum! Galandeia! Senhora das ânsias, traça o feitiço, desata a malha, dá vida à palha , por baixo da saia."


Poucas vezes vou ao teatro, para não dizer raramente, mas gostei muito desta peça. Simples, divertida, muito caseira e popular! E a vaguear pelo google encontrei este poema que se enquadra com o espiríto desta arte, tantas vezes esquecida!







O Teatro lá por dentro


É uma coisa de monta


Mundo, inferno, centro


De actividades sem conta!



Para ter saúde o organismo


Por que anseia? Vê-se logo


Por subsídios! Altruísmo?


Qual! Exige é desafogo!



O subsídio é deprimente


Torna as almas pequeninas:


É sustentar um doente


A injecções de vitaminas!



Dêem-lhe ar e claridade!


É soltar-lhe os movimentos


Que tem logo outra expansão


Que nascem logo talentos


Da mais fresca inspiração!



No mais, o público acorre


Há espírito audaz, moderno


E o Teatro não morre


Porque o Teatro é eterno!



Há-de vencer a anemia


E com as bênçãos do céu


Ainda espero qualquer dia


Vê-lo tão gordo como eu!






Publicado nO Seculo, 1947, Vasco Santana