Fui ao teatro, ver uma pequena peça chamada "O Espantalho teso".
"Galandum! Galandeia! Senhora das ânsias, traça o feitiço, desata a malha, dá vida à palha , por baixo da saia."
Poucas vezes vou ao teatro, para não dizer raramente, mas gostei muito desta peça. Simples, divertida, muito caseira e popular! E a vaguear pelo google encontrei este poema que se enquadra com o espiríto desta arte, tantas vezes esquecida!
O Teatro lá por dentro
É uma coisa de monta
Mundo, inferno, centro
De actividades sem conta!
Para ter saúde o organismo
Por que anseia? Vê-se logo
Por subsídios! Altruísmo?
Qual! Exige é desafogo!
O subsídio é deprimente
Torna as almas pequeninas:
É sustentar um doente
A injecções de vitaminas!
Dêem-lhe ar e claridade!
É soltar-lhe os movimentos
Que tem logo outra expansão
Que nascem logo talentos
Da mais fresca inspiração!
No mais, o público acorre
Há espírito audaz, moderno
E o Teatro não morre
Porque o Teatro é eterno!
Há-de vencer a anemia
E com as bênçãos do céu
Ainda espero qualquer dia
Vê-lo tão gordo como eu!
Publicado nO Seculo, 1947, Vasco Santana
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